sábado, 20 de dezembro de 2014

Sobre passeios de bicicleta

Aquele passeio de bicicleta,


horário de pico

ruas escuras.

Medo da queda,

medo da paixão.


Aquele sorriso no canto da boca,
a sensação de felicidade queimando o corpo.


Eu olhava pra você

desejo de pedalar 
desejo de te beijar.


aquilo pra mim foi a liberdade.










Le fabuleux destin d'Amélie Poulain

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Alguns dias, alguns anos



Dentre todas as escolhas que se podia fazer:
escolheu amar.
Amar, sentindo aquela dor fina.
A dor de sempre. Dor de quem não se acostuma nunca com saudade.

Dos 670 dias,
com ou sem a presença dela.
Escolheu que se pode voltar ao ponto de partida,
e amar sem temor.

Das histórias que a gente pode contar,
vem sempre aquela de que a vontade de seguir em frente,
vence o medo da dor.

Dos 670 dias com ela,
eu quero que venham mais.
Mas que venham completos
24 H O R A S inteiras ao seu lado.

Tenho aprendido com as nossas escolhas,
a ser mais cuidadosa com os caminhos que a gente decidiu percorrer.
Regar as mudas dos bons sentimentos
Juntas as pedras das crises e joga-las no rio que tudo absorve.

Dos 670 dias, muitos vão dizer quanto tempo!!

Mas ainda tenho vontade de ligar pra ela numa madrugada de quinta
e chorando dizer: eu te amo.













sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Amar, como que não teme

Desculpem aqueles que não acreditam mais no amor que dorme de conchinha,
no amor que toma soverte aos domingos
no amor que sonha em casa, gatos e almoço com amigos no final de semana.

Desculpem aqueles que não acreditam mais nisso,
por desgastes
por choros
por ciúmes
por briga.

Desculpem, mas amar é não temer que ainda exista briga, choros e ciumes
no decorrer da caminhada.

Digo pra vocês:
quando eu não mais sentir
aquela dorzinha fina que o amor me traz,
já será a hora de partir.

Enquanto eu estiver amando sem temer,
os meus erros
nossas desconfianças
os teus descuidados

Eu prefiro continuar acreditando nesse amor.
Amor que de me sentir viva.
Amor que alimenta e que cresce.

domingo, 21 de setembro de 2014

Quando bate aquela saudade


Daquela saudade, ficou o cheiro doce no travesseiro
Daquela lembrança, fica o gosto dos beijos. 
Abraços, 
(Quero morar dentro de você)
Olhares, 
(Fica mais um pouco, uma semana, talvez!)
Daqui a um mês a gente volta:
A se reencontrar
A entrelaçar nossos corpos
Volto pra ouvir os sussurros,
meus sussurros no pé do teu
ouvido. 
Voltei pra dizer que já
não há mais o que fazer...
Há não ser, 
se entregar por inteira
aos teus beijos
aos cachos dos teus cabelos
aos teus ciúmes
aos teus gozos.
Haveremos de nós apaixonar
A C H A D A M E N T E
dentro de cada 
olhar
risos
sonhos que serão construídos. 
Por que quando ABRO meus olhos, 
É em você que penso.
Naquela casa com sofá
amarelo e uma gata chamada: 
Frida.
Por hoje, durante os meses, por anos
É nos teus braços que quero 
A COR DAR!

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A história de Isadora

"Por entre borboletas e pedras no caminhos..''

A história de Isadora  deverá ser contada em versos e prosas, cartas, guardanapos e fotos. A leitora deverá está habituada a ler nas estrelinhas, cuidar de colocar as palavras que deixaram de ser escritas ou faladas no decorrer da história.

Isadora prefere ser chamada de Dora ou menina Dora. Ela tem olhos vidrados no horizonte, pupilas grandes e pretas. Nem sempre são tão grandes assim, nos dias de tédio Isadora usa um colírio que seus olhos ficam extremamente baixos e um pouco vermelhos. Mas o sorriso... a, o sorriso é embriagador.

Dora não tem mistérios. Dora vive nua de si para os outros.

Ela tem tatuado nas costas três pássaros e frases que falam sobre eternidade. Dora gosta do mar mas ainda não aprendeu a nadar. Tem pacto com a lua: crescente, minguante, nova, cheia, um humor pra cada paisagem.

É, menina Dora é muito sonho pra pouco sono. (ela sofre de insonias constantes)

Essa história começou quando Dora deu de viajar imitando passarinho. Voando por aí querendo construir seu ninho em território alheio.

Ei, ISADORA! Pensa que é fácil ser passarinho pra quem ainda não saber voar?

Outro dia, uma borboleta posou no ombro dela e ela deu um grito.

Que é isso Isadora, quer ser pássaro mas tem medo de borboleta?

Saiu correndo com medo da borboleta, deitou na cama e começou a chorar.

Menina Dora, acha que pode amar passarinhos e não os deixa nem sequer pousarem no seu ombro?

Vou esperar ela se acalmar,
 pra ver no que vai dá.








segunda-feira, 26 de maio de 2014

3 palavras, um significado

Coragem
Confiança e paciência.

Essas palavras andam rondando mentes que estão perturbadas com a rapidez dos dias.
Elas fazem círculos,
rodopiando feito piões 
fazendo redemoinhos 
explodindo em sentimentos e esperanças.

Com o passar dos meses
a gente vai largando as teimosias,
tecendo novas regras 
buscando novos caminhos
por que aprende que o velho não cabe mais 
nesse novo ciclo de palavras insistentes.
(Ficaremos, por que você aprende).

A coragem todos os dias 
me coloca de pé.
Mesmo que o medo tente me deixar presa dentro de minha própria mente.

A confiança brinca de se esconder
só pra assim eu ser confiada a escolher os caminhos certos para se chegar lá.

E para se chegar lá,
terei que correr junto com a paciência que não me é muito amiga
mas que estamos tentando conviver pacificamente.

O tempo muda,
vem as dúvidas 
vem a pressa 
vem o desejo.

Tá ficando bonita,
tá desconstruindo o que já não presta mais.

Ai coragem, paciência e confiança tô gostando de ter vocês ao meu redor. 


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Corre mais não, Maio!

Maio já chegou cansado da correria.

só sabe correr
correr
correr
correr

mas não sabe pra onde vai.

Maio chegou soprando os ventos geminianos que sinto que estão vindo com toda a sua força contraditória.

Não nego, não ligo, não reprimo minhas olheiras profundas
minha magreza
meu cansaço
meus cabelos bagunçados.

Vou correndo junto com Maio
e não sei pra onde vou.


Não sei por que corro tanto.
Se é de alguém
ou se é de mim.

Não tô nem pensando,
nem digerindo
só me enlouquecendo.

Até dormindo
eu corro.

Corro de alguém que aparece nos meus sonhos
pra me devorar,
pra me atacar
pra me amar.

Na esperança de que um dia,
possamos parar de correr.

E só assim escutarmos mais
 o silêncio de
dois corações cansados.






quarta-feira, 26 de março de 2014

Tempo amoroso das madrugadas

“O medo do tempo que passa nos faz falar do tempo que faz.’’

O que é que a gente faz com o (nosso) tempo?
O que ando fazendo esse tempo todo longe de você?

Tenho tentado buscar algumas respostas em poesias, olhares, músicas novas, mesas de bares, companhias da madrugada.
E tudo parece se encaixar na medida em que o tempo vai correndo tranquilo por mim.
Na busca pelo sossego, a gente vai encontrando outros desassossegos.


As vezes eu nem percebo a ausência,
estou tão bem agora
que até comecei acreditar que é melhor assim.

Amor demais transtorna a vida das pessoas
elas não conseguem entender  o ''muito'' dessa palavra.

Nessas noites que eu passo a vagar pela cidade 
com a cabeça tonta
abraçando gente,

eu me encontro poeta
eu me encontro distraída
eu me encontro estranhamente feliz no dia seguinte

Dando o muito que eu tenho 
pros desassossegados
pros desmedidos

Ando encontrando gente nessas madrugadas,
que não tem pena de amar.

E essa gente toda são os chamados loucos vadios
bêbados, 
boêmios.

Chamem do que quiser,
eu me encontro nesse tempo.
Da eterna loucura desvairada de amor marginal, verso e poesia. 



quinta-feira, 13 de março de 2014

No balanço de Março

Há tempos não escutava Bob Dylan

''How many roads must a man walk down,
Before you call him a man?''


Ai eu lembro desse cansaço do final do dia, esse esmalte saindo, esses cabelos bagunçados.

A vida que anda tão apressada
Esses novos olhares, esses novos encantamentos, essas novas conversas.

Um cigarro por dia,
o cigarro da saudade que representa o passado.

Uma vez na semana uma lágrima.
Todos os dias, vários sorrisos.

Sorrisos de alma leve, 
de sonhos tranquilos.

Cantando com o Bob, eu penso no blues da tristeza.
Se estou alegre ou triste,
talvez nem venha ao caso.

Mas a alma e coração estão leves 
tudo blues.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

365 dias

" Por muito tempo achei que a ausência é  falta
 E lastimava, ignorante, a falta
Hoje não a lastimo.
 Não há falta na ausência...''


Um livro de Drummond sempre deixado em cima da mesa de estudos.
A canção "o vento" repetida várias em um mesmo dia.
A noite que passou, foi atordoada pelo medo da morte.

De todos esses meses,
posso falar do choro que contive
da vontade de ir ao seu encontro
das noites que converso com você pelos meus sonhos

Cara de antipatia, bem a sua
O não se ''importar'', bem a minha.

Se estivesse aqui,  que diria do meu novo corte de cabelo!?
ou das novas músicas que conheci e que ao certo te mostraria!?

O fato é que, 
não existe falta na ausência.

Ainda levo comigo aquele desenho da mulher revolucionária que você fez.

Em todos os lugares por onde ando, levo nossos sonhos
sonhos de menina moça, 
os sonhos da adolescência.

Vez em quando ouço o som da sua risada pertinho do coração.
Vez em quando sinto teu abraço,
aquele "te amo prima".

Não existe falta na ausência,
por que o tempo não leva as lembranças do brigadeiro de panela e dos filmes de drama, de cada final de semana.

Hoje eu choro, 
o choro dessa ausência física que dói.

Mas daqui a pouco me deito
e você vem nos meus sonhos
me dá um abraço
e me diz coisas bonitas.

Hoje tem Los Hermanos na play list
tem nescau com leite antes de dormir.
Tem você pra sempre dentro de mim.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Encontros e Despedidas

A hora adeus traz sempre consigo alguns momentos mágicos,
histórias contadas em cada rodoviária
conversas descontraídas dentro dos ônibus lotados.

São choros angustiantes,

abraços apertados.

Ligações e gritaria,

malas enormes que de vez em quando viajam sem rumo.

Corações partidos, hora de voltar pra casa.

Mudanças, 
sotaques variados.

Casa de mãe.

A hora do adeus também é a hora dos ''reencontros'' 

eu indo
vocês voltando

Em cada parada, 

olhares alegres
outros tristes.

''Tchau,
irei partir dessa cidade para não mais voltar.''

É vida que segue,

que fecha os olhos para saudade 
para as dores
para as malas pesadas 

É vida que segue,

e o que me resta é descansar 
esperar,
suportar.

Daqui a pouco estarei, eu, sentada na cadeira de um ônibus qualquer
ouvindo as histórias dos viajantes falantes.

Mais uma vez desembarcarei no meu ponto de chegada,

que será também o de muitas outras partidas.