quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

365 dias

" Por muito tempo achei que a ausência é  falta
 E lastimava, ignorante, a falta
Hoje não a lastimo.
 Não há falta na ausência...''


Um livro de Drummond sempre deixado em cima da mesa de estudos.
A canção "o vento" repetida várias em um mesmo dia.
A noite que passou, foi atordoada pelo medo da morte.

De todos esses meses,
posso falar do choro que contive
da vontade de ir ao seu encontro
das noites que converso com você pelos meus sonhos

Cara de antipatia, bem a sua
O não se ''importar'', bem a minha.

Se estivesse aqui,  que diria do meu novo corte de cabelo!?
ou das novas músicas que conheci e que ao certo te mostraria!?

O fato é que, 
não existe falta na ausência.

Ainda levo comigo aquele desenho da mulher revolucionária que você fez.

Em todos os lugares por onde ando, levo nossos sonhos
sonhos de menina moça, 
os sonhos da adolescência.

Vez em quando ouço o som da sua risada pertinho do coração.
Vez em quando sinto teu abraço,
aquele "te amo prima".

Não existe falta na ausência,
por que o tempo não leva as lembranças do brigadeiro de panela e dos filmes de drama, de cada final de semana.

Hoje eu choro, 
o choro dessa ausência física que dói.

Mas daqui a pouco me deito
e você vem nos meus sonhos
me dá um abraço
e me diz coisas bonitas.

Hoje tem Los Hermanos na play list
tem nescau com leite antes de dormir.
Tem você pra sempre dentro de mim.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Encontros e Despedidas

A hora adeus traz sempre consigo alguns momentos mágicos,
histórias contadas em cada rodoviária
conversas descontraídas dentro dos ônibus lotados.

São choros angustiantes,

abraços apertados.

Ligações e gritaria,

malas enormes que de vez em quando viajam sem rumo.

Corações partidos, hora de voltar pra casa.

Mudanças, 
sotaques variados.

Casa de mãe.

A hora do adeus também é a hora dos ''reencontros'' 

eu indo
vocês voltando

Em cada parada, 

olhares alegres
outros tristes.

''Tchau,
irei partir dessa cidade para não mais voltar.''

É vida que segue,

que fecha os olhos para saudade 
para as dores
para as malas pesadas 

É vida que segue,

e o que me resta é descansar 
esperar,
suportar.

Daqui a pouco estarei, eu, sentada na cadeira de um ônibus qualquer
ouvindo as histórias dos viajantes falantes.

Mais uma vez desembarcarei no meu ponto de chegada,

que será também o de muitas outras partidas.